O trabalho que a comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia, presidida pelo deputado Luiz Augusto (PP), realiza em busca da demarcação de quatro terras indígenas, Pataxós, Tupinambá de Olivença, Barra Velha e Cahy-Pequi, repercute nos meios políticos e empresariais. Uma audiência pública requerida pela deputada Angela Sousa (PSD) movimentou o parlamento e teve a presença da Secretaria de Justiça e da Faeb. A Funai foi convidada, mas não participou dos trabalhos.
O tema é objeto do trabalho também de um grupo de trabalho paritário em busca do equacionamento desse problema pela via do diálogo, dada a própria importância desse processo de demarcação que envolve áreas com cerca de 170 mil hectares. A Faeb defende a continuidade das negociações, pois a eventual desapropriação dessas áreas teria impacto socioeconômico negativo por acarretar o desemprego de aproximadamente 30 mil pessoas.
A entidade alerta que a perspectiva de criação dessas terras indígenas ocasiona conflitos fundiários, com invasões de terras, obrigando os produtores a utilizarem o instrumento jurídico legal para a reintegração de posse, "na maior parte dos casos não cumprida pela Polícia Federal, sob o argumento da ausência de efetivo policial".
A Faeb considera que a "ameaça de novas demarcações, a ausência do diálogo e de participação dos produtores rurais no processo geram insegurança jurídica a todos, além do empobrecimento das regiões, impedindo o desenvolvimento socioeconômico da Bahia". Defende uma análise mais ampla da situação, com a oitiva de todas as partes envolvidas, e que diante dos fatos seja feita a diferenciação entre política pública para os povos indígenas e demarcações de terras.